O governo do Rio de Janeiro comprou mais de 10 mil aparelhos de ar-condicionado em 2019 para colocar nas escolas estaduais. Mas três anos ap...
O governo do Rio de Janeiro comprou mais de 10 mil aparelhos de ar-condicionado em 2019 para colocar nas escolas estaduais. Mas três anos após a licitação, muitos desses equipamentos ainda não foram instalados em escolas de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
A licitação foi aberta para comprar 10.456 unidades, no valor de quase R$ 26 milhões. Ao todo, 23 escolas de Caxias foram beneficiadas.
No total, 677 aparelhos de 18 mil BTUs, que custaram mais de R$ 1,7 milhão foram enviadas para a cidade.
Em pelo menos três escolas visitadas pela equipe de reportagem da TV Globo os aparelhos ainda estavam embalados.
O Instituto de Educação Roberto Silveira recebeu 62 aparelhos, que ainda não foram instalados. O Ciep Hilda do Carmo recebeu 38 equipamentos, que custaram R$ 100 mil, mas também estão guardados.
O Ciep Norma Toop Uruguai recebeu 21 máquinas a um custo aproximado de R$ 53 mil, mas o material também não está em funcionamento.
Segundo os alunos, o calor dentro das salas nos dias quentes é muito grande e atrapalha a concentração. Alguns aparelhos antigos que ainda funcionam não dão vazão para a sala toda.
"Sobre o ar, falaram que chegou, mas na minha sala não tem. Tem os aparelhos antigos, que às vezes não pega. E falam que tem sala com ventilador. O calor atrapalha, você fica estressado, suando muito. A mão molha o caderno", disse o estudante Adriano Mendonça.
Alguns alunos relatam que precisam trocar de sala por conta do calor. "A gente pega de 7h até as 18h, ficava esse tempo todo sem ar. Tem que pedir para trocar de sala", contou Maristela Nasimento.
O professor e diretor do Sindicato dos Profissionais de Ensino (Sepe) Samuel Maia diz que os aparelhos de ar-condicionado que estão funcionando nas escolas são os que foram instalados há dez anos.
"A Seeduc (Secretaria Estadual de Educação) não planejou a mudança da rede elétrica. Porque a carga do ar não é condizente da escola. São escolas antigas que precisam de adequação. A comunidade escolar não foi ouvida para fazer essa troca, que podia ajudar com mão de obra solidária. Em dias quentes a aula é a pior possível. Professor e aluno não conseguem, não é saudável. Muitos alunos passam mal por conta do calor, e não tem ventilação adequada", disse Maia.
A Secretaria Estadual de Educação disse que a verba para o Instituto Roberto Silveira já foi enviada e o responsável será nomeado em breve para finalizar o serviço.
Em relação ao Ciep Hilda do Carmo, a Seeduc disse que a escola toda está em obras e será entregue refrigerada.
Já o Ciep Norma Toop Uruguai, a Seeduc disse que a licitação para instalar os equipamentos acabou na segunda-feira (25) e o serviço começa nos próximos dias.
Via G1
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