Em entrevista ao Bom Dia Rio, o presidente da Cedae, Edes Fernandes de Oliveira, disse que a geosmina é uma substância incolor, que não cau...
Segundo ele, os resultados de análises mais recentes da água para saber como está o nível de contaminação pela substância devem sair ainda nesta terça-feira (2).
"Entre o dia da coleta e o do resultado, tem uns quatro ou cinco dias de delay para os resultados de gosto e odor, e para geosmina, entre cinco e sete dias. Estamos tentando diminuir esses prazos para que a gente possa atualizar mais rapidez essas informações", disse Oliveira.
Diante das reclamações sobre a qualidade da água — com gosto e cheiro ruins e, em alguns casos, com coloração de barro — no Rio, o presidente da Cedae, disse que as pessoas que estão com problemas no abastecimento e gastando dinheiro comprando água podem entrar em contato com a companhia.
A Cedae vai enviar um técnico e promete ressarcir as pessoas que apresentarem notas fiscais que comprovem a compra de água.
"Os contatos podem ser feitos por e-mail, através da Ouvidoria e do telefone (0800-282-1195). Esse contato é importante para avaliar a situação nos locais específicos onde os moradores relatam problemas. Os problemas de coloração na água, essa água barrenta, não tem absolutamente nada a ver com a geosmina", disse Oliveira.
E acrescentou:
"Esses são casos isolados que a gente precisa avaliar qual é o problema: se é da rede, do distribuidor, da caixa ou cisterna da pessoa. Muitas vezes é um problema interno também. São dois problemas diferentes que não se coadunam. A geosmina é uma substância incolor que não causa coloração na água".
Ele afirma que o problema da água barrenta é uma questão pontual, e não de produção, já que a Estação do Guandu abastece 80% da água do Rio e 70% da Baixada Fluminense.
"Se fosse um problema da produção, todas as pessoas estariam recebendo essa água (barrenta). E isso não está acontecendo. Essas pessoas especificamente precisam ligar para Cedae, que vai enviar um técnico de controle de qualidade de água para fazer a coleta e avaliar a origem do problema".
Segundo o presidente da Cedae, o nível de geosmina verificado na água este ano é bem inferior ao verificado no verão passado. De acordo com ele, mesmo em traços — cem vezes menor que o volume detectado no ano passado — a percepção olfativa do ser humano é capaz de detectar o cheiro característico da geosmina.
"Não há nenhum problema com relação à saúde. A população pode consumir essa água que tem gosto e cheiro de terra. Não estou falando da água que está com coloração e odor forte. Nesse caso, as pessoas têm de procurar a Cedae para a gente identificar qual é o problema", disse o presidente da companhia.
"As pessoas do Rio não estão acostumadas a beber água com gosto e odor. Por isso essa repulsa. Eu bebo água da torneira com a maior tranquilidade. Confio plenamente nos técnicos da Cedae, fui gerente da Estação do Guandu, sei o trabalho que se realiza lá. Confio plenamente na qualidade da água que a Cedae".
O presidente da Cedae disse que está resgatando uma obra importante de proteção na captação da água e que vai resolver definitivamente o problema da geosmina. Segundo Oliveira, nos próximos seis meses a Cedae vai anunciar a licitação dessa obra.
Enquanto isso, a solução é adicionar carvão ativado e da argila, que segundo Oliveira, está dando resultado, já que só foram verificados traços de geosmina na água.
Via G1
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