Suspeito de uma série de homicídios e apontado pela polícia como chefe da primeira milícia do Rio a explorar territórios em parceria co...
Suspeito de uma série de homicídios e apontado pela polícia como chefe da primeira milícia do Rio a explorar territórios em parceria com o tráfico de drogas, Jonas Gonçalves da Silva, o Jonas é Nós, está morto. Ele sofreu um infarto na última quinta-feira, em São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos. Ex-vereador de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, Jonas, segundo denúncia do Ministério Público, liderava um violento grupo paramilitar atuante em 12 bairros da cidade.
O bando, integrado também por policiais, ex-policiais e até militares da ativa, teria inclusive assassinado cinco testemunhas que colaboraram com as investigações da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco). A especializada foi a responsável por identificar a quadrilha.
Segundo a Polícia Civil, a Draco está investigando nomes de possíveis sucessores de Jonas no comando do bando e a continuação da atuação do grupo no município de Duque de Caxias.
Segundo dados disponíveis no site do Tribunal de Justiça, a morte de Jonas foi registrada num cartório de São Pedro da Aldeia. O ex-parlamentar foi denunciado pelo MP, ao lado de outras 34 pessoas, por crimes de homicídio, tráfico de armas e formação de quadrilha. Ele respondia a pelo menos dois processos de homicídio.
De acordo com o delegado Marcus Amim, da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme), que investigou crimes de tráfico de armas praticados por milícias e por facções criminosas, o grupo paramilitar de Jonas foi o primeiro no Rio a buscar uma aliança com uma facção integrada por Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixe ou Peixão.
O traficante está foragido e o Disque-Denúncia (2253-1177) oferece uma recompensa de mil reais por informações que levem até sua prisão. A facção criminosa integrada por Peixão atualmente explora áreas da Praça Seca em parceria com milícias da Zona Oeste e de Jacarepaguá.
— Eles (milícia) faziam uma espécie de link, na Região de Caxias, com a facção criminosa do Peixão. Os milicianos ficavam com atividades exploradas pelos paramilitares (venda de gás, de sinal clandestino de TV, taxa de segurança etc) e no mesmo território a facção ficava com a venda de drogas. Era uma espécie de consórcio. De Caxias, a modalidade acabou se expendido para outras áreas, com a mesma facção criminosa e outras milícias — disse o delegado.
Jonas Gonçalves da Silva chegou a ser preso por duas vezes. A primeira vez ocorreu em outubro de 2013, na Operação Capa Preta, quando a justiça condenou 23 pessoas, entre elas o ex-parlamentar, que quando foi eleito para vereador com mais de 7 mil votos, em 2008, era PM reformado. Um mês depois da prisão, uma liminar determinou que todos fossem soltos até que a sentença transitasse em julgado.
Em 2016, Jonas voltou a ser preso, quando estava em um hospital de Tanguá. Em maio de 2019, conseguiu um benefício da justiça e ganhou direito à liberdade.
Foto: Fábio Guimarães / Agência O Globo
Via O Globo
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