Integrantes de grupo de extermínio em Caxias condenados a 246 anos de prisão

Em uma atuação marcante na luta contra a violência, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Es...

Em uma atuação marcante na luta contra a violência, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada no Tribunal do Júri (GAEJURI/MPRJ), obteve nesta quinta-feira (26/06) a condenação de três homens a um total de 246 anos de prisão. A sentença foi proferida pela 4ª Vara Criminal de Duque de Caxias, em um caso que envolveu homicídio qualificado, tentativas de homicídio e tentativa de aborto.

Os crimes ocorreram na madrugada de 12 de abril de 2020, no bairro Vila Maria Helena. Os condenados invadiram a residência de uma família e dispararam contra quatro pessoas, incluindo uma mulher grávida de oito meses.

Os Condenados e os Crimes

Foram condenados Guilherme Silva, Lucas de Souza e Igor da Silva.

Guilherme e Lucas foram sentenciados pelo homicídio qualificado de Adriel Gomes da Silva, por três tentativas de homicídio contra familiares da vítima, além da tentativa de aborto da mulher grávida.

Igor da Silva, que aguardava os comparsas no carro usado na fuga e participou do planejamento do crime, também foi condenado por todas as infrações penais, na condição de partícipe.

A sessão do Tribunal do Júri, que se estendeu por dois dias, contou com a presença da subcoordenadora do GAEJURI/MPRJ, promotora de Justiça Roberta Maristela dos Anjos, e teve a plenária conduzida pelos promotores de Justiça Daniela Peroba, Matheus Rezende e Pedro Simão.

"Justiçamento" e Desfecho do Julgamento

De acordo com a denúncia, os réus integravam um grupo de extermínio com atuação na Baixada Fluminense. O ataque teria sido uma ação de “justiçamento”, motivada pela não aceitação do envolvimento de um dos familiares com o tráfico de drogas. Adriel Gomes da Silva foi executado com diversos disparos de arma de fogo, enquanto os demais moradores foram alvejados. A vítima grávida, mesmo baleada, sobreviveu e conseguiu dar à luz após ser socorrida.

Com base em provas técnicas e nos depoimentos das vítimas, o Conselho de Sentença acolheu integralmente a tese do MPRJ, reconhecendo as qualificadoras de motivo torpe e de recurso que dificultou a defesa das vítimas.

Essa decisão representa mais uma atuação exitosa do GAEJURI/MPRJ, que atua em casos de homicídio doloso de grande repercussão, complexidade, e que envolvem milicianos, traficantes e grupos armados.

O MPRJ reafirma seu compromisso intransigente na defesa do direito à vida, com uma atuação qualificada, conforme determina a Corte Interamericana de Direitos Humanos. "A condenação dos culpados ratifica os direitos das vítimas e reafirma a importância de uma sociedade civilizada que pune as violações dos direitos humanos", afirmou Simone Sibilio, coordenadora do GAEJURI/MPRJ.