Uma profissão que carrega ancestralidade e sabedoria que passam de geração a geração, contraria a perspectiva do desaparecimento graças às i...
Uma profissão que carrega ancestralidade e sabedoria que passam de geração a geração, contraria a perspectiva do desaparecimento graças às inúmeras oportunidades que oferece
Centenária e, por muitos vista como uma atividade para pessoas idosas, a costura é uma das áreas de estudo que a Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec) oferece, ajudando a profissionalizar um dos setores que mais produzem empregos e oportunidades no Brasil. Somente em 2022, o país produziu mais de 5 bilhões de peças e é o segmento que só perde para a indústria de alimentos, contando com mais de 1 milhão de profissionais atuando no mercado, sendo uma das soluções procuradas por milhares de pessoas, especialmente para mulheres que desejam empreender em casa.
Reconhecida pela qualidade de seus cursos profissionalizantes, a Faetec, que nesta área oferece formação gratuita em Costureiro de Máquina Reta e Overloque, Aperfeiçoamento de Costura em Malha e Modelista de Roupas, além do Técnico em Modelagem do Vestuário, coleciona histórias de sucesso, que perpetuam a memória afetiva e carregam a superação como um dos combustíveis para a vitória.
Entre dezenas de alunos que se matriculam buscando aprendizado de corte, costura e modelagem, destacam-se histórias como a da paraibana Patrícia do Nascimento, que saiu de seu Estado há 18 anos para buscar mais oportunidades com sua família e que, realizou o sonho de casar-se com um vestido confeccionado por ela mesma. Futura modelista, como ela mesma se define, ela matriculou-se no curso para aprimorar o conhecimento na área, reiterando o compromisso da instituição na formação de profissionais preparados para o mercado.
"Conheci meu marido aos 13 anos e, cinco anos depois, resolvemos morar juntos e constituir nossa família. Logo depois disso, viemos para o Rio de Janeiro em busca de melhores oportunidades de vida, já que na Paraíba tudo era muito difícil. Logo que cheguei na cidade, consegui um emprego como arrematadeira, que é a pessoa que faz a finalização da costura. Dali, fui aprimorando meu conhecimento e já indo para a máquina e nunca mais saí. Já são dez anos costurando. Como tinha o sonho de me casar na igreja com um vestido feito por mim, fui em busca de capacitação e consegui uma vaga no curso de modelagem”, diz a aluna, que concluirá o curso este semestre. Além do próprio vestido, Patrícia também produziu o vestido das três damas da cerimônia, que aconteceu em maio.
Relatos como o de Patrícia são inspiração para os alunos dos seis cursos profissionalizantes oferecidos na Faetec Duque de Caxias - Unidade Olavo Bilac. Homens, inclusive, também vêm buscando o mercado na área de costura e já são dez no curso Técnico em Modelagem do Vestuário. São histórias de quem deseja se reintegrar-se ao mercado de trabalho, aprimorar seus conhecimentos e, fundamentalmente, realizar sonhos empreendendo.
Neste mesmo caminho, Elaine Fontes, moradora de São Gonçalo, é uma das mais reverenciadas. Aos 43 anos e mãe de dois filhos, ela concluiu o Curso Técnico em Modelagem do Vestuário no período pós-pandemia, em 2023, depois de muita resiliência. Atualmente, é empreendedora em Moda Jeans e Costura.
“Decidi fazer o curso após uma gravidez interrompida com 37 semanas. Entrei em um processo depressivo muito forte e precisei buscar algo que me desse prazer e aí entrou a costura neste processo. Sempre gostei de costurar mas nunca havia tido essa oportunidade porque ninguém da minha família conseguiu me ensinar. A costura é algo muito que os avós ensinam e eu tinha vontade de aprender. Me inscrevi em um curso de modelagem perto da minha casa e ali eu descobri a paixão pela moda. Comecei a estudar muito tudo o que havia sobre moda e, dentro dessas pesquisas, vi um anúncio de vagas ociosas na Faetec Olavo Bilac, em Caxias, onde ingressei no curso de modelagem”, relata.
A partir de então, Elaine não parou mais. Apaixonada pelo jeans, a empreendedora, que hoje tem um ateliê, seguiu no processo de capacitação.
“Nunca tinha ido até lá e não me importei com os 50 km de distância. Acho que, para realizar um sonho, a gente tem que persistir, não importam as dificuldades, e as minhas não foram poucas, mas este foi um processo de redescoberta da vida. Durante o curso de modelagem, descobri a produção de moda em Quintino e acabei fazendo os dois ao mesmo tempo. Era uma logística bem complicada, mas que valeu a pena. Hoje eu tenho o meu espaço, crio minhas peças, me realizo enquanto pessoa e profissional e não vou parar por aqui”, comenta ela, que tem o sonho de abrir uma escola de moda em São Gonçalo para compartilhar os ensinamentos obtidos na instituição.
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