Caso de jovens encontrados mortos em Caxias após ser entregues por militares a traficantes completa 15 anos sem julgamento

Quinze anos após o assassinato de três jovens no Morro da Mineira, no Rio de Janeiro, a Justiça Militar ainda não analisou o processo contra...

Quinze anos após o assassinato de três jovens no Morro da Mineira, no Rio de Janeiro, a Justiça Militar ainda não analisou o processo contra o tenente do Exército acusado de participação no crime. Para as famílias, a sensação é de impunidade.

A investigação descobriu que as vítimas foram torturadas e assassinadas por traficantes com 46 tiros. A polícia encontrou os corpos no dia seguinte. Estavam em um lixão em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

O “Caso da Providência”, como ficou conhecido, chocou o país: em junho de 2008, as três vítimas foram detidas por um grupo de militares no Morro da Providência, na região central do Rio, e entregues para serem mortas por traficantes.

O processo estava com a Justiça Federal e só agora foi encaminhado à Justiça Militar. Todas as provas vão ser analisadas novamente e o Ministério Público Militar precisará confirmar ou não a denúncia contra os acusados.

“A justiça tem que ser feita pela covardia que eles fizeram aqui. Eu fico mais triste. Como pode ter tanta covardia por aí?”, disse Lilian Gonzaga, mãe de Wellington, um dos mortos.

Além de Wellington Gonzaga, os amigos David da Silva e Marcos Paulo Campos voltavam de um baile funk quando foram detidos por militares por desacato.

Na época, o Exército reforçava a segurança no Morro da Providência durante as obras de um projeto de habitação do governo federal. Os militares levaram os três jovens para o Morro da Mineira, controlado por uma facção rival.

Desde o crime, dez militares acusados de participação no crime foram absolvidos. O tenente Vinícius Ghidetti ainda não foi julgado.

O segundo-tenente Vinícius Ghidetti segue trabalhando normalmente no Exército. O Exército não abriu um processo disciplinar que poderia resultar na expulsão do militar das Formas Armadas. Ele recebe um salário de R$ 12 mil.

Nota

O Exército disse que o tenente Vinícius Ghidetti continua trabalhando normalmente no 1º Batalhão de Infantaria Mecanizada. E que a aplicação de pena, de acordo com o regulamento, deve aguardar o pronunciamento da Justiça, para depois avaliar a questão no âmbito administrativo.

A TV Globo, que fez a reportagem, não conseguiu contato com o tenente Vinícius Ghidetti.

Via g1, RJ