O motorista de ônibus que estava dirigindo o veículo que caiu de uma ponte na BR-116, na última segunda-feira (30/01), alterou sua versão do...
O motorista de ônibus que estava dirigindo o veículo que caiu de uma ponte na BR-116, na última segunda-feira (30/01), alterou sua versão dos fatos e disse ter se assustado com um carro que fazia ultrapassagem antes do acidente. Em um primeiro relato, no hospital em que estava internado, o homem afirmou ter desviado de uma carreta.
O depoimento foi dado à Polícia Civil de Minas Gerais, que está investigando o caso. O caso aconteceu na altura de Além Paraíba, no estado Mineiro. O ônibus estava transportando a delegação do Esporte Clube Vila Maria Helena, clube de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. O acidente deixou quatro mortos e 29 feridos.
De acordo com o delegado responsável pela investigação, Marcos Vignolo Alves, da 28ª DP (Além Paraíba), o motorista repetiu, em depoimento, praticamente tudo o que falou aos policiais enquanto estava internado. A diferença está no motivo para que perdesse o controle do ônibus.
“Ele disse que teve a impressão que um carro iria ultrapassar uma carreta. Ele se assustou e chegou para o lado, batendo na ponte”, afirma Vignolo, que não encontrou anotações criminais na ficha do motorista. “Estamos finalizando a tomada de oitivas, depoimentos, e aguardando os laudos periciais, mas é uma coisa demorada”.
Durante seu primeiro depoimento, o motorista disse, enquanto estava internado no Hospital São Salvador, que teria sido fechado por uma carreta antes de perder a direção do ônibus.
O delegado detalhou que até agora, a polícia trabalha com a hipótese de homicídio culposo, quando não há a intenção de matar. Porém, deixou claro que se a perícia der elementos que possam indicar indícios de um homicídio doloso, ou seja, quando há a intenção, a corporação vai tomar as medidas cabíveis.
“Ainda não é possível dizer se ele assumiu o risco de matar. Ele vai responder o processo em liberdade. A grande maioria dos jovens estava dormindo no momento do acidente. Eles relataram que o motorista estava imprimindo uma velocidade um pouco elevada, principalmente nas curvas”, revelou o delegado.
A polícia já pediu a análise do dispositivo de segurança de ônibus e caminhões que monitora a velocidade do veículo para analisar se, de fato, o motorista estaria dirigindo em alta velocidade, como disseram algumas vítimas. O delegado também investiga se ele pode ter dormido ao volante.
De acordo com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), "não existia qualquer irregularidade documental para o transporte" do time, já que a LG Turismo Viagens e Transportes Eireli, proprietária do veículo envolvido no acidente, "possui habilitação vigente para realizar o transporte interestadual de passageiros, no modo fretamento". Ainda segundo a ANTT, o ônibus possuía licença válida para a viagem de ida e volta entre as cidades de Duque de Caxias e Ubaporanga (MG).
Já a LG Turismo emitiu um comunicado em que lamenta o acidente e informa que, inicialmente, prestou "assistência aos órgãos competentes para facilitar o resgate das vítimas em questão", além de ter enviado um representante ao local do acidente para prestar o suporte necessário. A empresa se mobiliza para entrar em contato com os familiares e reforça que "o que importa é a recuperação das pessoas envolvidas no acidente e o apoio aos familiares, que perderam seus entes queridos".
Dez vítimas continuam internadas em hospitais de Minas Gerais e do Rio de Janeiro. Entre os sobreviventes que seguem recebendo atendimento, três adolescentes de 16 anos foram transferidos nesta quinta-feira para o CTI do Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN), em Saracuruna, Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, em estado grave.
Por Notícias de Duque de Caxias
COMENTÁRIOS