Enquanto partidos de esquerda tentam viabilizar uma chapa de consenso ao Palácio Guanabara e o governador do Rio, Cláudio Castro (PSC), segu...
Enquanto partidos de esquerda tentam viabilizar uma chapa de consenso ao Palácio Guanabara e o governador do Rio, Cláudio Castro (PSC), segue em agendas pelo estado para se tornar mais conhecido, agarrando-se a uma aliança com o presidente Jair Bolsonaro de olho na reeleição, três prefeitos da Baixada Fluminense assumem protagonismos da pré-campanha ao governo e ao Senado. Washington Reis (MDB), de Duque de Caxias; Rogério Lisboa (PP), de Nova Iguaçu; e Wagner dos Santos, o Waguinho (MDB), de Belford Roxo, são apostas de seus partidos para 2022. Desde os anos 1980 — quando o ex-deputado e ex-interventor da Prefeitura de Nova Iguaçu Francisco Amaral foi eleito vice-governador — a região não despontava com nomes para a disputa ao estado.
Reis e Waguinho são os dois indicados do MDB para a sucessão de Castro. O prefeito de Caxias também figura como opção do partido para o Senado, numa eventual composição com o governador em exercício. Já Lisboa é assediado por Castro para ocupar a vaga de vice em possível aliança. O PP também não descartaria o prefeito de Nova Iguaçu como cabeça de chapa.
Para o cientista político Paulo Baía, o desempenho dos três e uma crise de falta de lideranças no estado fizeram o trio despontar na política. Eles foram reeleitos no ano passado em primeiro turno com índices de votação de 53% a 81%. Hoje, a Baixada soma 2,8 milhões de eleitores, pouco mais da metade do eleitorado da capital, o que definiria um pleito.
— O Rio viu nomes importantes da política serem presos. Os três têm aceitação popular e governos com boa aprovação. Isso pesa — diz Baía, que destaca a forte influência de políticos da Baixada no Legislativo: — O presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), mora em Nova Iguaçu.
Já o historiador e secretário de Cultura de Nova Iguaçu Marcus Monteiro ressalta que a ascensão dos três passa pelo perfil popular dos governos e de ser a região uma espécie de “recorte” fiel do estado.
— A Baixada tem uma zona urbana densa e áreas rurais. Existe uma classe média alta e bolsões de classes menos favorecidas — exemplifica.
— Minha mulher foi a sexta mais bem votada no estado. O Canella passou de 30 mil para 110 mil votos. Sou um bom cabo eleitoral e um político que sabe aguardar a sua vez. Se eu for escolhido pelo partido para concorrer ao estado, disputarei a eleição. Mas tudo tem seu tempo. Washington Reis e Cláudio Castro também são bons nomes — diz Waguinho, ao destacar sua relação de proximidade com a família Bolsonaro; para o prefeito, uma potencial fonte de votos.
Aliado de Cláudio Castro, o prefeito de Nova Iguaçu, Rogério Lisboa, evita antecipar articulações. O governador tem tentado convencê-lo a aceitar a vaga de vice em sua chapa, o que implicaria num embarque de Castro no PP.
— O momento é delicado para se falar de eleição. A pandemia tem impedido. Existem sim conversas nesse sentido, mas temos mais de um ano pela frente — afirma Lisboa.
Via Extra
COMENTÁRIOS