Grávida que passou por cesariana de emergência e precisou ser intubada morre de Covid-19

Além da morte da jovem, a família vive outro drama, a bebezinha Lavínia, de apenas 15 dias está internada com Covid Maria Laura Prucoli, de ...

Além da morte da jovem, a família vive outro drama, a bebezinha Lavínia, de apenas 15 dias está internada com Covid

Maria Laura Prucoli, de 23 anos, que estava internada com Covid no Hospital de Saracuruna, em Duque de Caxias, na Baixa Fluminense, morreu neste domingo (18).

O caso da jovem, que estava grávida e precisou passar por uma cesariana de emergência, ganhou notoriedade depois que a família denunciou que o hospital não tinha bloqueador neuromuscular, e que já tinha gastado R$ 11 mil para providenciar a medicação.

“A gente não tinha como engolir o que aconteceu sem reclamar. Eles negaram que estivesse faltando remédio, mas a gente sabia que estava. E fez de tudo para salvar a minha sobrinha. Foi importante ter denunciado porque, só depois disso, chegou o remédio”, diz Maria Amabile Prucoli, tia de Maria Laura.

Bebê de jovem também está com Covid

Além da morte da jovem, a família vive um outro drama com a filha de Maria Laura, a bebezinha Lavínia, de apenas 15 dias internada com Covid.

“A Lavínia teve febre na sexta-feira (16) e teve que ser hospitalizada. Também está com Covid. Pelo menos está bem, estável, mas deve ficar ainda 10 dias no hospital sendo acompanhada”, conta a tia.

Enterro simples e agradecimento aos médicos

Maria Amabile disse ainda ao G1 que o enterro de Maria Laura aconteceu neste domingo (18) em Santo Aleixo, em Magé, onde a família mora, e contou apenas com poucos parentes – como manda o protocolo dos sepultamentos dos mortos com Covid.

“Foi só o meu irmão, se despedir da filha de 23 anos, o marido da Maria Laura, que é um menino que está desesperado, e meu filho”, diz.

O filho de Maria Amabile fez questão de agradecer os médicos que cuidaram da prima.

“O que a gente denunciou, brigou, foi contra os políticos que não mandam remédio, não veem o sofrimento das pessoas. Hoje, quando fui pegar o óbito da minha prima, o médico que cuidou dela chorou ao me entregar o documento. Disse que sentia muito por não ter conseguido salvar uma menina tão jovem. Pude ver um pouco da entrega desses profissionais que fazem de tudo para salvar as pessoas e às vezes não têm nem o básico. Meu máximo respeito a todos esses profissionais”, disse.

O caso

No dia 29 de março, Maria Laura Prucoli, de 23 anos, foi internada com sintomas de Covid no Hospital de Saracuruna, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

No dia 3 de abril com febre e pressão alta, os médicos optaram por realizar uma cesariana de emergência e tentar salvar mãe e bebê. Lavínia Prucoli dos Santos nasceu bem e saudável, e foi liberada para ser cuidada pela família.

Maria Laura piorou, precisou ser intubada e a família começou a denunciar a falta de medicação, como o bloqueador neuromuscular, na unidade de saúde.

Alegou também ter gasto R$ 11 mil com o medicamento para tentar salvar a jovem. Na época, a direção do Hospital de Saracuruna negou que a família de Maria Laura tenha comprando medicamentos ou que faltassem remédios no local.

Via G1