Uma queda de braço entre profissionais da Educação e Prefeitura de Duque de Caxias vem causando uma crise na área. Os professores pedem a ad...
Uma queda de braço entre profissionais da Educação e Prefeitura de Duque de Caxias vem causando uma crise na área. Os professores pedem a adoção do ensino remoto — como é previsto em casos onde a cidade se encontra em bandeira vermelha na escala de risco de contaminação por Covid-19 — enquanto a Secretaria municipal de Educação vem mantendo as aulas presenciais.
No último dia 12, quinta-feira, após divulgação da entrada de Caxias em bandeira vermelha, a então secretária municipal de Educação, Claudia Vianna, decidiu suspender as aulas na rede pública. Na segunda, dia 15, foi substituída por Roseli Duarte, que manteve as aulas presenciais.
Esta semana, uma comissão de diretoras do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe-Caxias) se reuniu com a nova secretária municipal para cobrar a adoção do ensino remoto, já que os profissionais, crianças e famílias dos estudantes estão em risco de contaminação.
— Há um temor pelas estruturas físicas das escolas. São diversos fatores, como salas com basculantes ao invés de janela, ausência de ventilação, falta d’água que impede adoção correta dos protocolos de higienização... Além disso, há o caso de profissionais com comorbidades, os que vêm de outros municípios. Hoje, nossas salas de aula são verdadeiras bombas biológicas — desabafou a professora Rose Cipriano.
Na reunião com os professores, a nova secretária teria prometido dar uma posição para os professores de Caxias. De acordo com a diretora do Sepe, Renata Roseo, Roseli Duarte reconheceu as dificuldades enfrentadas e iria aguardar uma reunião do prefeito Washington Reis com prefeitos de outras cidades nesta segunda.
— Estamos tendo uma baixa frequência. São pouquíssimos alunos que estão comparecendo e em condições péssimas. Queremos que volte ao modelo que foi adotado no ano passado. Ela (Roseli) disse que o prefeito a informou que iria se reunir hoje com outros governantes e daria uma posição.
No entanto, Washington Reis negou ter recebido convite ou que se reuniria com algum outro governante municipal, e confirmou que as aulas presenciais continuam.
— Em Caxias, os feriados serão normais, a cidade vai continuar aberta, ai Vamos continuar com o ensino presencial – afirmou o prefeito.
Procurada para comentar as declarações do prefeito e as promessas feitas ao Sepe, a Secretaria municipal de Educação não respondeu.
‘Único lugar que obriga’
Entre as famílias de alunos da rede municipal de Duque de Caxias, o temor de contaminação é grande. Na porta do Ciep Yolanda Borges, no bairro Figueira, a dona de casa Eliana Ferreti, de 55 anos, que tem duas netas na rede municipal, confessou o medo em meio à escala de mortes por Covid-19 no país.
— Fico com medo de verdade. Parece que aqui é o único lugar onde estão obrigando as crianças a irem para a escola. Eu já tenho idade, tem ouros idosos, e parece que agora está contaminando gente cada vez mais nova. Eu trago minha neta para a aula, mas preferia que fosse on-line para manter a família mais segura – afirmou Eliana, enquanto buscava a neta Bruna, de 4 anos.
A outra neta de Eliana, Thais Ferreti, que cursa o ensino médio e vive a expectativa de fazer Enem no fim deste ano, prefere, neste momento, a segurança do ensino on-line, mas a falta de estrutura adequada fez com que ela e amigos retomassem as aulas presencialmente para não perder ficarem para trás.
— A gente não tem aula online, só apostila e aplicativo. Se a escola tivesse uma aula virtual decente, eu preferiria, mas só o modelo de apostila e exercício por aplicativo não adianta.
Via Extra
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