Médicos do Hospital de Saracuruna, em Duque de Caxias, denunciam falta de condições e até de contrato pra trabalhar

DUQUE DE CAXIAS - Médicos que trabalham no Hospital de Saracuruna, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, denunciam que, desde que a Pre...

DUQUE DE CAXIAS - Médicos que trabalham no Hospital de Saracuruna, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, denunciam que, desde que a Prefeitura assumiu, estão trabalhando sem contrato e que não há condições de trabalho. Muitos deixaram seus postos.

"Os médicos estão sendo obrigados ou a trabalhar numa condição adversa, numa condição sem segurança jurídica alguma, ou eles pedem pra sair do hospital, como vários médicos já fizeram", diz um deles.

Há inclusive médicos que trabalham há 51 dias e não foram sequer formalmente contratados.

A Prefeitura afirma que honra pagamentos e a manutenção de insumos. Os médicos, segundo a administração municipal, são contratados.

Outro profissional afirma que a equipe é tão reduzida que um médico chega a acompanhar 45 pacientes.

"A empresa contratada pela prefeitura municipal de Duque de Caxias propõe de maneira inflexível que alguns serviços reduzam a sua assistência a menos da metade -- acabando com coordenações, rotinas, cirurgias eletivas, restando só cirurgias de emergência, aumentando leitos de enfermarias, reduzindo o quantitativo de médicos".

A denúncia afirma ainda que faltam materiais, como:

gaze

compressa

bisturi elétrico

A empresa que administra a unidade é a Hygea, contratada em agosto por R$ 64 milhões, sem licitação.

Ela já havia sido contratada em abril pela antiga Organização Social (OS) Iabas para recrutar médicos para os CTIs, quando houve um problema:

"A Hygea foi contratada para colocar equipe médica para esses 72 leitos. Em um mês, só conseguiram equipe para 20 leitos", diz um profissional.

Funcionários dizem também que um dos coordenadores da Hygea é Dennis Moreira, filho do diretor do hospital, Manoel Moreira.

A Hygea nega que Dennis tenha um cargo de coordenação e afirma que ele é um prestador de serviço. Já a Prefeitura de Caxias confirma que ele exerce função de coordenador dos CTIs.

A direção do hospital afirma que desconhece qualquer ligação societária entre pai e filho. Já a Hygea diz que o contrato de prestação com a Prefeitura só foi oficializado na última quarta e que os médicos prestadores de serviço estão sendo chamados para ter a situação regularizada.

O Iabas afirmou que aguarda o pagamento da dívida do governo do estado para quitar os atrasados.

Via G1