DUQUE DE CAXIAS - O corpo da menina Lavínia, de um ano e meio, que morreu em um acidente durante uma perseguição policial na Rodovia...
DUQUE DE CAXIAS - O corpo da menina Lavínia, de um ano e meio, que morreu em um acidente durante uma perseguição policial na Rodovia Washington Luiz, em Duque de Caixas, foi sepultado no fim da manhã desta sexta-feira (16), no cemitério da Taquara, em Santa Cruz da Serra, na Baixada Fluminense. Familiares e amigos da família estavam muito abalados.
A criança estava no carro da família, na pista sentido sentido Petrópolis, quando policiais militares de folga iniciaram uma perseguição a criminosos que haviam roubado um carro na altura da Refinaria de Duque de Caxias (Reduc).
Durante o velório, a estudante Iris Gomes da Cunha, prima de Lavínia, contou que a caçula - ele tem uma irmã de 8 anos e um irmão de 18 anos- era muito querida, o xodó da família.
“Ela foi muito desejada. Os pais estão arrasados”, contou Iris, lembrando que desde que a mãe da menina começou a trabalhar como subgerente de uma empresa em Campo Grande, na Zona Oeste, e deixava a filha na casa da babá. O pai Leonardo trabalha numa marmoraria em Caxias. Eles estava no trabalho no momento do acidente.
Segundo Iris, Lavínia morreu um dia depois do aniversário do pai e no dia que completava 1 ano e 3 meses de vida.
Houve confronto na via e o carro dos assaltantes bateu no veículo da família, que destruiu a mureta da pista e caiu em um terreno baldio. Sete pessoas estavam dentro do carro, três eram crianças, incluindo a bebê Lavínia, que não resistiu aos ferimentos e chegou sem vida ao Hospital Adão Pereira Nunes, em Saracuruna.
A babá do bebê, identificada apenas como Lúcia Cristina, que ficou bastante machucada no acidente, chegou amparada com dificuldades para andar e com a cabeça protegida. Segundo Iris, ela era de total confiança da família e cuidava de Lavínia há cerca de um ano. Sem condições físicas, ela ficou pouco tempo no velório.
O primo Alcenir Oliveira disse que estuda uma forma de processar o estado, mas que os pais da menina ainda não têm condições de decidir o que fazer.
“O estado tem de ser responsabilizado de alguma forma. Os policiais estavam à paisana, num carro comum, fazendo uma perseguição, colocando em risco a vida de todo mundo. Os bandidos roubaram um carro na Reduc. Eles viram, saíram atrás atirando. Na fuga os bandidos sinalizaram pra passar, ela não viu, eles jogaram o carro em cima. Eles não sofreram nada e roubaram outro carro e fugiram”, contou o primo, que ainda vai conversar com os pais de Lavínia sobre a abertura do processo.
O tio da menina, o padeiro Daniel Santos, contou que Lavínia costumava ficar na casa da babá, a poucos metro de onde ocorreu no acidente. “ Foi uma fatalidade. Ela estava saindo de casa para ir ao mercado e levou Lavínia para não deixar a menina sozinha em casa. Ela não teve culpa de nada”, disse Santos.
Outras vítimas, identificadas como Raíza Santos, de 20 anos, Lúcia Luiz, de 36 anos, Kelly Cristina e Lucas Fernando Santos, já receberam alta do hospital, segundo a direção da unidade.
O carro dos assaltantes ficou pendurado entre dois viadutos e eles conseguiram fugir.
O caso foi registrado na 60ª delegacia (Duque de Caxias).
Via G1
Via G1
COMENTÁRIOS